Quaresma provém do latim “Quadragésima” e significa “quarenta dias” ou, talvez mais apropriadamente, o “quadragésimo dia”.
É, pois, o período de preparação para a Páscoa, que inicia na Quarta-Feira de Cinzas e se estende até o Domingo de Ramos, quando tem início a Semana Santa.
Conforme ensina o Catecismo da Igreja Católica (CIC), a Quaresma é um tempo favorável à prática penitencial da Igreja: “esses tempos são particularmente apropriados aos exercícios espirituais, às liturgias penitenciais, peregrinações em sinal de penitência, privações voluntárias como o jejum e a esmola, a partilha fraterna (obras de caridade e missionárias)” (CIC, número 1.438).
A Quaresma é um tempo de graça, entendido como um grande retiro, um aprofundamento de 40 dias, por meio do qual a Igreja insiste em convidar os cristãos a voltarem-se de coração sincero para o Senhor e d’Ele receber uma nova vida, por meio da renovação da fé e do renascimento espiritual, a partir da prática da reparação e da penitência, em que o esforço de meditação e de oração deve ser sustentado por um esforço de mortificação pessoal.
Há algumas curiosidades sobre esse tempo que podem nos possibilitar uma melhor vivência da Quaresma.
A Quarta feira de Cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. O rito da imposição das cinzas sobre a cabeça dos fiéis nas igrejas inicia o período de preparação pascal, como uma marca indicativa de um tempo de penitência e conversão.
A palavra de ordem dessas manifestações é: “convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15). O sacerdote (ou o ministro) sinaliza a testa de cada participante com cinzas ou as coloca sobre suas cabeças. Esse simbolismo relembra a antiga tradição do Oriente Médio de jogar cinzas sobre a cabeça, como sinal de arrependimento perante Deus.
E de onde vêm essas cinzas? Elas costumam ser obtidas pela queima dos ramos secos entregues nas paróquias e comunidades, que haviam sido abençoados e distribuídos no Domingo de Ramos do ano anterior.
A Campanha da Fraternidade é um instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão e renovação interior a partir da realização da ação comunitária, que para os católicos, é a verdadeira penitência que Deus quer em preparação da Páscoa. Ela ajuda na tarefa de colocar em prática a caridade e ajuda ao próximo. É um modo criativo de concretizar o exercício da pastoral de conjunto, visando a transformação das injustiças sociais.
Desta forma, a Campanha da Fraternidade é uma das maneiras como a Igreja no Brasil se prepara para a Páscoa.
Ela dá ao tempo quaresmal uma dimensão histórica, humana, encarnada e, principalmente, comprometida com as questões específicas do povo, como atividade essencial ligada à Páscoa do Senhor.
A penitência, tradução latina da palavra grega que na Bíblia significa a conversão (literalmente a mudança do espírito) do pecador, designa todo um conjunto de atos interiores e exteriores dirigidos à reparação do pecado cometido, e o estado de coisas que resulta dele para o pecador.
“Todos os fiéis, cada um a seu modo, estão obrigados pela lei divina a fazer penitência; não obstante, para que todos se unam em alguma prática comum de penitência, se fixaram uns dias de penitência para os fiéis que se dedicam de maneira especial à oração, realizam obras de piedade e de caridade e se negam a si mesmos, cumprindo com maior fidelidade suas próprias obrigações e, sobretudo, observando o jejum e a abstinência” (Código de Direito Canônico, c. 1249).
Chama-se abstinência a proibição de comer carne (vermelha ou branca e seus derivados), e se obriga aos que já tem quatorze anos (cfr. CIC, c. 1252).
Já o jejum consiste em fazer uma única refeição ao dia, sendo que se pode comer algo menos que o de costume pela manhã e à noite. Não se deve comer nada entre os alimentos principais, salvo em caso de doença, e se dirige a todos os maiores de idade (cfr. CIC, c. 1252).
“A Conferência Episcopal pode determinar com mais detalhes o modo de observar o jejum e a abstinência, assim como substituirmos em parte por outras formas de penitência, sobretudo, por obras de caridade e práticas de piedade” (Código de Direito Canônico, c. 1253).
A cor litúrgica do tempo quaresmal (e também do tempo do Advento) é o roxo, que simboliza reflexão, penitência, concentração nas atitudes penitenciais e na disposição de conversão.
No Domingo de Ramos e na Sexta-feira Santa se usa o vermelho, que significa a glória e o martírio de Cristo.
Após o Domingo de Ramos, ao velar as cruzes, até a sexta-feira Santa, e as imagens dos santos, até a Vigília Pascal, a Igreja antecipa o luto pela morte de Cristo, introduzindo os fiéis nesse mistério de fé.
O sentido profundo desse ato fundamenta-se no luto pelo sofrimento de Jesus, levando os cristãos a refletirem, na contemplação desses objetos sagrados cobertos de roxo, sobre a dor, a tristeza e a penitência.
Durante este tempo especial, contamos com uma série de meios concretos que a Igreja nos propõe e que nos ajudam a viver a dinâmica quaresmal.
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